quinta-feira, 2 de julho de 2009

Massacre em Virginia Tech deixou 32 mortos e chocou mundo



O estudante sul-coreano Cho Seung-Hui, 23 anos, entrou no alojamento do campus da Virginia Tech, matou duas pessoas e, em seguida, dirigiu-se ao prédio da faculdade de engenharia da instituição, onde deixou mais 30 mortos e 28 feridos.

A primeira vítima do atirador foi Emily Jane Hilscher, 18 anos, com quem ele havia mantido um relacionamento. Ela e Ryan Clark, 22 anos, estavam no dormitório West Ambler Johnston Hall, onde foram mortos. Duas horas depois, Cho se dirigiu até o prédio da engenharia, onde trancou as portas e efetuou os tiros que deixaram mais 30 mortos.

Logos após a série de disparos, Cho se suicidou. O estudante deixou uma carta culpando o comportamento dos alunos da Virginia Tech por seu ataque. "Vocês me levaram a fazer isso", escreveu Cho. Em sua carta, o atirador critica "alunos ricos, charlatães mentirosos e a libertinagem" dos alunos da Virginia Tech.

Um dia após a tragédia, descobriu-se que o estudante havia comprado a arma com a qual efetou os disparos um mês antes. No entanto, Cho não teria dito para que finalidade queria a arma no momento da aquisição. Após o massacre, alguns companheiros de classe comentaram publicamente que o estudante agressor tinha escrito alguns roteiros para suas aulas de inglês muito violentos. O caso reavivou o debate sobre a facilidade com que se adquire armas de fogo nos Estados Unidos.

O massacre gerou comoção mundial, desencadeando uma série de manifestações por parte de autoridades dos mais diversos países e organizações. Entre elas, o papa Bento XVI, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, o então presidente francês, Jacques Chirac, o presidente Lula e, é claro, o próprio presidente americano, George W. Bush. Os americanos chegaram a cogitar a possibilidade de que os tiroteios na universidade pudessem afetar o resultado das eleições presidenciais de 2008.

Esse foi o pior crime do tipo no campus de uma universidade nos EUA desde que Charles Whitman abriu fogo do alto da torre no meio na Universidade do Texas, em Austin, no dia 1º de agosto de 1966. Whitman matou 15 pessoas, incluindo sua mãe e a mulher na noite anterior e deixou outras 31 pessoas feridas. O caso também lembrou o chocante massacre ocorrido na escola de ensino médio de Columbine, no Estado do Colorado. Os estudantes Dylan Klebold e Eric Harris mataram 13 pessoas, entre colegas e professores, e se suicidaram depois, em 20 de abril de 1999.

No segundo semestre, outros casos semelhantes também assustaram o mundo. Um tiroteio num colégio de Cleveland, no Estado americano de Ohio, deixou um morto e pelo menos cinco feridos no dia 10 de outubro. O morto foi o autor do tiroteio, um adolescente de 14 anos que carregava duas armas.

Na Finlândia, no dia 7 de novembro, Pekka-Eric Auvinen, 18 anos, foi o protagonista de um tiroteio na escola Jokela, onde estudava, que já havia sido anunciado por ele mesmo na internet, no site de vídeos YouTube. Ele matou oito pessoas, incluindo a diretora da escola, e em seguida se suicidou.

Na Alemanha, apenas alguns dias depois, duas escolas foram fechadas devido à suspeita de que ataques estavam sendo planejados contra as instiuições. No dia 18 de novembro, a polícia de Colônia anunciou que um massacre havia sido planejado em um colégio da cidade. O jovem de 17 anos que pretendia ser o responsável por mais uma tragédia jogou-se nos trilhos do trem após ser interrogado pela polícia, morrendo instantaneamente.

No dia seguinte, foi registrado um alarme na localidade de Kaarst, perto de Düsseldorf, no oeste do país. As suspeitas das autoridades acabaram não se revelando verdadeiras, mas, diante de tantos casos semelhantes, não se pode falar em paranóia. Os ataques a instituições de ensino, além de cada vez mais freqüentes, são reais. Assim como as suas vítimas.

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