O ano de 2007 foi marcado pelo maior acidente aéreo da história do Brasil. No dia 17 de julho, às 18h48, o Airbus A320 da TAM saiu da pista do Aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, atravessou a avenida Washington Luís, bateu contra o prédio da empresa de cargas TAM Express e explodiu. A aeronave fazia o vôo JJ 3054, que havia partido de Porto Alegre. Chovia no dia do acidente.
Todas as 187 pessoas que estavam no avião morreram carbonizadas. Outras 12, que estavam no prédio da TAM Express, também morreram, totalizando 199 vítimas. Quatro corpos não chegaram a ser localizados entre todo o material retirado dos escombros e analisado pelo Instituto Médico Legal (IML). Entre as pessoas que escaparam vivas da tragédia, estava o supervisor de cargas da TAM Express, Valdiney Nascimento Muricy, que saiu do hospital em 6 de setembro.
Gravações transcritas da caixa-preta do avião mostraram o desespero dos pilotos na hora do acidente e a tentativa do comandante de desacelerar a aeronave: "olhe isso, desacelera, eu não consigo, oh meu Deus, oh meu Deus, vira, vira". Depois, ouviu-se apenas um forte som de compressão e gritos dentro da cabine. Em seguida, a batida contra o prédio da TAM Express.
A transcrição, divulgada pela CPI do Apagão Aéreo da Câmara, aumentou as suspeitas de que a pista molhada tivesse sido a causa do acidente. Na época, a pista principal havia sido liberada, após obras de recuperação, sem a conclusão do grooving (ranhuras no asfalto que permitem o escoamento da água).
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) foi acusada de apresentar à Justiça que autorizou o funcionamento da pista mesmo sem o grooving concluído, um documento sem validade, assegurando a segurança das operações, foi acusada de enganar a juíza que autorizou o funcionamento da pista.
Outros fatores, no entanto, também foram apontados como possíveis causas do acidente, entre eles a falta do reversor (sistema de frenagem) direito da aeronave, a posição incorreta do manete (controlador de velocidade) no momento do pouso, pane mecânica e falha dos comandantes. O relatório final do caso, investigado pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáutico (Cenipa), ainda não foi divulgado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário