O megatraficante colombiano Juan Carlos Ramirez Abadía deixou o Brasil às 9h desta sexta-feira. Ele foi retirado do presídio federal de Campo Grande (MS) às 3h e foi levado de avião até Manaus (AM). De lá, seguiu em uma aeronave do governo dos Estados Unidos para Nova York acompanhado de agentes da polícia norte-americana.
Na edição da última quarta-feira (20), o "Diário Oficial" da União publicou a decisão do ministro da Justiça, Tarso Genro, de expulsar do território nacional o megatraficante. Genro autorizou também a entrega de Abadía ao governo dos Estados Unidos.
A extradição já havia sido decidida pelo governo brasileiro no início de agosto.
Ontem, Tarso afirmou que a expulsão de Abadía vai evitar que o colombiano se "abrigue na impunidade" no Brasil. Como Abadía foi condenado no país somente pelo crime de lavagem de dinheiro, Tarso disse que sua permanência em solo brasileiro permitiria a sua liberdade em curto prazo.
"Aqui ele foi condenado apenas a 13 anos e meio [de reclusão], com a possibilidade de sair para a rua muito cedo. Aqui, ele só foi condenado pelo crime que cometeu, de lavagem de dinheiro. Ele não fez tráfico de drogas aqui, não foi constatado isso, nem cometeu nenhum assassinato ou violência. Pensou que estava abrigado na impunidade aqui no Brasil e se deu mal", afirmou.
Segundo o ministro, a extradição do traficante será melhor para o Brasil e para os Estados Unidos, pois vai permitir o combate ao tráfico de drogas em todo o mundo. Tarso disse que o governo dos EUA se comprometeu em adequar os limites do processo penal norte-americano à legislação brasileira.
Abadía foi preso no dia 7 de agosto do ano passado em um condomínio de luxo em Aldeia da Serra (Grande São Paulo). Ele é apontado pelo DEA (Drug Enforcement Administration, a agência antidrogas norte-americana) como um dos maiores traficantes do mundo e um dos líderes do cartel do Norte do Vale, na Colômbia. No Brasil, ele foi denunciado sob acusação de lavagem de dinheiro, uso de documento falso, formação de quadrilha e corrupção ativa. O colombiano teria fugido para o Brasil em 2004 após o pedido de extradição formulado pelos Estados Unidos. Nos Estados Unidos, Abadía é acusado de traficar drogas no Colorado e em um dos distritos de Nova York e, como líder do cartel, teria enviado mil toneladas de cocaína para aquele país. Ele ainda é acusado de ordenar 315 assassinatos --300 na Colômbia e 15 nos EUA.
Em março deste ano, o plenário do STF (Supremo Tribunal Federal) já havia autorizado a extradição de Abadía.
Isolado
O traficante ficou no RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), na penitenciária federal de Campo Grande (MS), mesmo regime imposto a Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar.
O regime em que Abadia estava encarcerado prevê isolamento total em relação aos outros presos --os banhos de sol são feitos em celas individuais, por meio de um solar. As saídas das celas só ocorrem durante visitas semanais de parentes e encontros com advogados. Não há visita íntima quinzenal.
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